1. |
Já Passamos O Éden
03:01
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Já Passamos o Éden
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2. |
Devaneio
04:51
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DEVANEIO
Um girassol que não gira atrás do sol
Ciranda que desistiu de rodar pro mundo girar
O carrossel se apagou
Nos olhos instigados brilha a tela e brilha nela
Se esqueceu de quem já era
Quando o bloco passava
Brincava na janela
Agora a boca amarela se avermelhou
REFRAO:
Mais um dia passou
E outro sonho acordou.
Não houve nada que parasse de rodar
E eu rodei sozinho procurando quem amar.
O rouxinol se perdeu no arrebol
O canto calou e ninguém resistiu, ninguém reclamou
O carrossel se apagou
Terra e homem castigados
Roupa velha e sua cadela
Se esqueceram de quem eram
O tempo engole quem não pensa
As Marias as Gabrielas
Os que vivem da mazela
De Fabiano se veste João
REFRAO:
Mais um dia passou
E outro sonho acordou.
Não houve nada que parasse de rodar
E eu rodei sozinho procurando quem amar.
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3. |
Açúcar Mascavo
04:34
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AÇÚCAR MASCAVO
Um vira-lata sarnento, uma barriga d'água
A águia vigia atenta e o urubu adora uma mágoa
E nesse chão que é de terra o pé que pisa é descalço
Não negue a você: o seu açúcar é mascavo
Viagem de caminhão, nunca houve ilusão
O que tem é trabalho suado pelo minguado ganha-pão
Que não compra nem pão nem alforria
O açúcar é mascavo na senzala da alegria
Viagem de lata nem pão, uma barriga magra
A águia de caminhão na senzala da ilusão
O açúcar que não é de terra não compra alegria
Não negue o mascavo do trabalho alforria
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4. |
Luz Del Fuego
04:44
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À sombra de um renego sóbrio, esnobou do ar insólito
Da rua feia, do velório que enterrou tudo que é belo.
Renegou a sinfonia de tiro, berro e de buzina:
Disritmia feita com esmero.
Fugiu enfim pra longe do pasquim,
Pra ficar nua e assim, com a jibóia e seu Arlequim.
Veio ela então mostrar, apesar de claro ser,
Apesar de relutar viver assim não tem porquê.
REFRÃO:
A luz do fogo matou a Luz del Fuego
Que murió sin miedo delante el ódio y el horror.
La Luz del Fuego matou a luz do fogo que caiu enfim
Diante o ódio que tanto defrontou.
Tudo que é belo morre seja por tiro, vaia ou trote
Seja por sorte que some sem pesar.
Alguns integrantes da massa cinza cintilante
Que ilhava o éden retirante fugiram em busca de orgia.
Ao chegarem àquela ilha onde não havia sodomia:
Nem sexo nem orgia, só uma velha heroína.
O fogo da luz sumiu no fundo do mar,
Ninguém chorou até lembrar que sem luz não há luar.
Foi-se então dessa cidade, dessa vida dessa fase
De solidão e de sufrágio, só mais uma dentre vários.
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5. |
Vida Na Guanabara
07:09
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VIDA NA GUANABARA
Na beira do mar,
Onde quem chora chora em paz e de riacho um canal se faz,
Mata a sede a sabiá
Numa poça suja que atrai uma criança sem pai.
O sol laranja se acanha e cai.
E o marrom claro que pinta a água do mar
Vira clarão e passa a espelhar
Os braços cujos abraços vêm acalentar
Yemanjá. 4X
Já te chamei mas não tenho vela pra acender
Nem vinho pra dar nem vender,
A minha oferenda é te dar alguém
Que possa ver tanta cor sob o véu do mar
Que já escuro tratou de ofuscar
Os olhos de quem só quer amar.
Não eu não quero tulipa branca, não quero barco nem festa nem planta.
Eu não quero festejar e ver outro ano passar.
Já cansei dessa festa branda e do encanto da voz de quem canta.
Já cansei de ser orixá e de ajudar quem não dá...
O seu redentor, um abraço aquela flor se desfez
Você que se esconde no mar, beata Yemanjá sem vez
A tarde sumiu no luar e o Sol teimou em não raiar...
Yemanjá 8X
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